Foto. Aredacao

60 años de la Universidade Federal de Goiás: entrevista a su rector Edward Madureira

Archivo de noticias

La Universidad Federal de Goiás, ubicada en Goiânia, capital del estado de Goiás, Brasil, cumplió 60 años de vida en este 2020. En ese contexto, su rector, Edward Madureira, respondió algunas preguntas a Comunicación AUGM sobre la significación de este hecho para su comunidad universitaria, el Estado donde trabajo y la red de AUGM.
Qual é o valor deste aniversário para a Universidade Federal de Goiás?
No dia 14 de dezembro de 2020, a Universidade Federal de Goiás (UFG) completou 60 anos. A gestão superior da universidade tinha planejado uma extensa programação para celebrar esta importante data, incluindo homenagens a pessoas que marcaram a vida da instituição, diversas atividades acadêmicas, culturais e festivas e inaugurações de importantes obras concluídas neste ano. Vale destacar que estava prevista, para o mês de abril, a inauguração da mais importante obra construída pela UFG e uma das mais importantes para o Estado de Goiás, o novo Hospital das Clínicas da UFG, planejado há 20 anos. 
O edifício do hospital conta com 20 andares, mais de 44 mil metros quadrados e capacidade para ofertar 600 leitos de internação, sendo o maior e o mais complexo prédio construído pela UFG. Com o advento da pandemia do novo coronavírus, a universidade teve que redirecionar seu planejamento e concentrar todos os seus esforços em ações de combate à pandemia. 
A UFG e as demais universidades federais brasileiras ficaram na linha de frente de diversas iniciativas de um conjunto de ações para o enfrentamento da pandemia, colocando à disposição os laboratórios e sua estrutura para a realização de testes na população, desenvolvendo equipamentos de segurança, campanhas de solidariedade à população em situação de vulnerabilidade e adequação de leitos de seus hospitais de clínicas para o atendimento de pessoas infectadas pelo coronavírus. 
Nesse sentido, colocou o novo edifício do Hospital das Clínicas à disposição das autoridades sanitárias locais e, por meio de uma parceria entre a Universidade e a Secretaria Municipal de Saúde, durante o segundo semestre deste ano, parte do espaço do hospital foi disponibilizado para o atendimento de pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Na semana do aniversário da UFG, infelizmente com a pandemia ainda em curso, as comemorações dos 60 anos de nossa instituição, realizadas parte virtualmente e parte com os rigores dos protocolos de segurança sanitária, foram menos festivas do que havíamos planejado, mas ganharam um significado muito especial. 
De maneira muito emblemática, realizamos a tão sonhada inauguração do nosso novo Hospital das Clínicas. No seu aniversário, a UFG presenteou o Estado de Goiás e o Brasil com a maior obra da história da UFG: o novo prédio do Hospital das Clínicas, que, além de atender ao público, é um campo de formação de profissionais de saúde para todo o estado.
Que lugar a Universidade ocupa na comunidade goiana?
No período de 2006 a 2017, as universidades federais brasileiras passaram por um processo de expansão sem precedentes na nossa história. Em menos de dez anos, tivemos um avanço significativo nos indicadores quantitativos e qualitativos de todo o sistema. No caso da UFG, esses números são particularmente impressionantes. A UFG tinha 13.000 estudantes na graduação em 2006, e passou para mais de 28.000 em 2017. Nesse período, o número de professores também avançou de 1.100 docentes para quase 2.500 efetivos. Esse crescimento foi acompanhado de uma elevação significativa da qualificação do nosso quadro de pessoal. 
Nesse período, foram implementadas políticas de inclusão e de ações afirmativas para grupos socialmente desfavorecidos que têm contribuído para ampliar o acesso à universidade e assegurar a permanência dos estudantes desses grupos, tais como os de escola pública, os negros, os indígenas e os quilombolas
Esse processo de crescimento e de qualificação criou as condições para o desmembramento de dois câmpus da UFG no interior, fazendo com que, em 2018, se tornassem duas novas universidades federais no Estado de Goiás: a Universidade Federal de Jataí e Universidade Federal de Catalão. A criação de novas instituições federais de ensino superior certamente terá grande impacto no desenvolvimento das regiões em que estão inseridas.
Após esse desmembramento, a UFG possui 19.195 estudantes matriculados em 100 cursos de graduação (98 presenciais e 2 a distância), 66 programas de pós-graduação que abrangem 61 cursos de mestrado e 42 de doutorado, mais de 1.500 ações de extensão em andamento, quase mil projetos de pesquisa em desenvolvimento, cerca de 2.200 técnico-administrativos e aproximadamente 1.900 docentes em exercício. Hoje, a grande maioria dos docentes tem o título de doutor, e houve aumento significativo da qualificação, em nível de mestrado e doutorado, dos técnico-administrativos. 
Ao implementar suas atividades com um quadro de pessoal altamente qualificado, a UFG contribui para que o Estado de Goiás e o Brasil possam enfrentar com êxito os desafios presentes na sociedade, tanto para o desenvolvimento social, econômico e cultural, quanto para assegurar a competitividade técnica da economia nacional no contexto internacional.
Que lugar ocupa a Associação de Universidades Grupo Montevideo na história da universidade?
A Associação de Universidades Grupo Montevideo (AUGM) é a maior rede da qual a Universidade Federal de Goiás (UFG) participa, o que nos possibilita interagir com as universidades membros da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, além das brasileiras que também são membros da Associação. 
Essa interação tem elevado o nível dos nossos cursos de graduação e de pós-graduação, por meio dos Programas Escala Estudantes de Graduação e de Pós-Graduação, bem como tem favorecido a interlocução de nossos técnico-administrativos e pesquisadores com parceiros estrangeiros, por meio dos Programas Escala Gestores e Administradores, e Docentes. Esses programas possibilitam à nossa comunidade realizar mobilidade para universidades estrangeiras membros da AUGM, bem como à UFG receber estudantes, professores e gestores das universidades estrangeiras parceiras.
Outro ponto importante que a AUGM nos proporciona é a possiblidade de nossos professores e pesquisadores participarem das discussões realizadas nas Comissões Permanentes e nos Comitês Acadêmicos dos quais participamos, o que proporciona uma forte e eficiente rede internacional de pesquisadores.
A mobilidade presencial, e agora a virtual, tem nos proporcionado um contato com o outro, uma maior conscientização das diferenças culturais, o que nos torna cidadãos mais globalizados e preparados para os avanços do mundo, no que tange ao ensino, à pesquisa, à extensão e à inovação. 
Quais são os desafios que a Universidade enfrenta no contexto atual?
A necessidade de atender às crescentes demandas da sociedade tem exigido da UFG um grande esforço para a ampliação e a diversificação de suas atividades. Neste cenário, além da formação em nível superior, destacam-se a realização de pesquisas e a procura por soluções para os problemas da sociedade. A universidade é instigada a fornecer mão de obra qualificada, fortalecer a competitividade da economia, promover a mobilidade social para filhos e filhas das camadas sociais mais necessitadas, prestar serviços especializados, preparar pessoas para serem lideranças em seus setores de atuação, realizar inovações técnicas e tecnológicas, formar estudantes empreendedores, entre outras demandas. 
O atual momento político e econômico do país causa preocupação, especialmente devido ao congelamento e possíveis cortes nos orçamentos das universidades federais. O projeto de Lei Orçamentária da União para 2021 prevê um corte de 17,5% nos recursos para a as despesas discricionárias, impactando em todos os itens de custeio e de capital, inclusive no Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), o que pode prejudicar a permanência e o êxito dos estudantes em vulnerabilidade social. Por outro lado, devido a um grande esforço dos gestores da universidade em todos os níveis e dos pesquisadores, a UFG, nesses últimos quatro anos, não parou de crescer: tem novos laboratórios, novos cursos de pós-graduação, ou seja, houve uma multiplicação muito grande de atividades e todas elas com impacto direto no custeio da instituição. A despeito dessas dificuldades do ponto de vista de um adequado financiamento, a UFG é uma universidade madura, presente, provedora de soluções, solidária e com extraordinário papel na sociedade.